sábado, 15 de dezembro de 2007

Para...

Vejo o teu cabelo
Ondular na suave
brisa de Verão
Leve, sedoso
Como que os ramos
Dum pinheiro frondoso
Se agitam ao cair do serão.

A luz dos teus olhos
Ilumina-me a vista
Traz luz a minha escrita
E movimento a caneta.
Que dum assomo de pressa
Deixa estas letras
Num caderno de folhas.

Mas é do teu sorriso
Da beleza da tua face
Que sinto saudade
A falta do calor que sinto
Quando sem contar
Sinto o teu sorriso
Tocar em mim.

Gostava de dizer
Sinto a falta do teu beijo.
Mas não posso sentir perda
De algo que nunca tive.
Mas imagino!
Com toda a forca
Que em mim vive.
Quase vejo e sinto
O teu toque de seda
O sabor do teu beijo
No sonho do meu desejo.

Para:
Uma mulher
Não uma qualquer
Mas aquela
Que só pode ser bela
Aos olhos do meu desejo
Da qual anseio o beijo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Enquanto dormias

Sonhei contigo
A maneira como o teu
cabelo, perfeito, se moveu
na caricia do meu toque
e no suspiro que se seguiu.
Estavas linda, como és,
Serena enquanto dormias.
E eu sonhava
sem saber estar a sonhar.
O teu respirar, leve,
de ar feito. E a delicia
de te sentir expirar.
Que linda estavas!
Como a tua pele, macia,
parecia seda sob os
meus dedos trémulos
de excitacão. Nunca antes
me senti assim. Tu sabes,
perto da perfeicão.
Subitamente o dia nasceu
no teu olhar que abriu e
todo um Sol pleno de luz
e energia raiou iluminando
o meu dia. E a expressão
da tua face ao acordar,
como mil mistérios por desvendar,
não percebeu o meu rosto
de alegria. Como gostava
de explicar a tua perfeicão
Enquanto dormias.

Quem és?

És a essência
De cada linha
Que ao escrever
Me delicia.

A paciência
Que dedico
A esta fantasia
Que é minha.

Da qual és parte
Luz do meu dia
Objecto de arte
Sorriso de alegria.

Fosses tu

Fosses tu uma gota
Salgada de mar
Guardava-te no meu olhar
Para nunca te chorar.

Fosses tu uma rosa
Sentiria o teu odor
Acabava com a dor
Que guardo em prosa.

Fosses tu uma pedra
Ter-te-ia na mão
Para que na dor de coracão
Tivesse onde me agarrar.

Infelizmente
Não te consigo agarrar
Apenas posso desejar
Um dia cruzar o teu olhar.

Corpo

Sinto-me um corpo
Um corpo so, vazio.
Sinto o que me rodeia
Nao sei o que sinto,
Nao tenho alma
Que pense o que sinto.
Sou ignorante por isso
Sinto sem saber existir
Pois tudo o que sinto,
Nao passa de só sentir.

Nada me preenche!
Talvez ja esteja cheio
Do nada, vazio, espaco
Longe vai o tempo
em que estava cheio
E hoje sinto que a minha
vida vai a meio!
Esvaziarei em breve?
Faz sentido esse ciclo?
Nasce, cheio
Chega a meio, vazio
Volta a encher
Para pleno de tudo
Voltar a morrer.

(o resto e para mim e so para mim)

sábado, 24 de novembro de 2007

Vim embora

Simplesmente não era feliz
A cama era a mesma
E a solidao ao deitar
Era a mesma do acordar.

Não era feliz
"E tinha tudo."
Não! Parecia ter tudo
E nada tinha. Estava
preso ao que não amava.

Não me sentia feliz
No carro que não era meu
O sorriso que era só teu
Não me davam o que queria
Paz de alma e um pouco de alegria.

Não estava feliz.
Tinha amigos longe
Horas vazias, parcas de vida
Passadas a pensar no sentido da vida.
E onde se esconde.
[Ela]

Não era feliz
No emprego falso,
Das horas mortas
Passadas a passo vago
A vaguear entre portas.

Não era feliz.
E desesperei pela oportunidade.
De sair, deixar tudo,
De criar um mundo
E ter a minha felicidade.

Não parecia feliz
E arrisquei. Deixei
para trás o que tinha
A vida é minha
Se errei? Não sei.

Ainda não sou feliz
Mas não sou o mesmo
Senti coragem para comecar
E agora sei onde parar.
Na felicidade... (inacabado)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A primeira vez

A primeira vez
Um momento lindo
o dia benvindo
A luz que se fez.

A primeira vez
Chorei e cai
Vi-me sem ti
Escrevi o que lês.

A primeira vez
Sorri, suspirei
Tantos risos dei
No amor que se fez.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Acabou...

Como um capitulo que acaba,
Uma porta que se fecha,
Um amor que desaba,
É o emprego que se deixa.

Por tempos fui feliz
Ocupado, atento aprendiz.
Agora já não gostava
Do tempo que não passava.

Para trás deixo saudade
Que sinto de igual modo
Mas procuro a felicidade
De ter a vida como um todo.

E do descontentamento
Fiz coragem.
Pus de lado o arrependimento
Nadei para outra margem.


(Inacabado)

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A esperança morreu

Faz já um tempo que suspeitava
Da sua longevidade.
Tanto tempo, não lembra a idade...
E ontem morreu.
Ninguém sabe quando nasceu
Quando apareci já cá estava
Como no tempo dos meus avós
E de seus tetravós.
Era linda... apesar da idade
Trajava de verde
E tons de ansiedade.
Mas era forte!
Não em si, é certo.
Mais não era que pensamento
Mas nas pessoas
A que inspirava sorte.
Também eu fui seu amante
Bebi dela o sonho dos dias
Esperei dela minhas fantasias
E hoje navego sem sextante.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Essência

És a essência
De cada linha
Que ao escrever
Me delicia.

A paciência
que dedico
A esta fantasia
Que é minha.

Da qual és parte
Luz do dia,
Objecto de arte,
Sorriso de alegria.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

As palavras que não digo

Que vontade tenho
De explodir,
Dizer tudo,
Tudo o que quero sentir!
O teu abraço ao adormecer.
O teu acordar,
No meu acordar.
O teu beijo ao anoitecer.
Quero sentir-me feliz,
Uma criança, aprendiz.
Quero sonhar.
Quero ser o teu olhar.
E sentir findo o desejo
De teu corpo abraçar.
Que vontade tenho
De sentir-te suspirar
No fim de mais um beijo

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Tristeza...

Será tristeza?
Não sei, incomoda-me!
Passar um dia esperançado
Com boas noticias e óptimos andamentos.

Para chegar à noite
E ver que o meu melhor amigo muito provavelmente me lixou as hipóteses de cumprir um desejo, sonho, vontade, fuga... O que lhe quiserem chamar.

As noticias eram boas, as indicações confirmavam e depois pummm, fodeu-se!

Muito provavelmente não vou andar famoso nos próximos tempos, ou provavelmente não andarei.
Não liguem, acho que sobreviverei!

sábado, 29 de setembro de 2007

Noite no deserto (???)

Ali me estendi
Maravilhado,
Sufocado
Pela vastidão que senti.

Esqueci tristezas,
Tormentos.
E por momentos
Duvidei das certezas.

Ali me senti. Infinitesimal.
Reduzido a um ponto de tangência
Que roda à frequência
Do movimento rotacional.

Li constelações
Procurei cometas.
Revi todas as lições
De estrelas e planetas.

Ali fiquei adormecido.
Afagado pela manta
De negro tecido
E diamantes incrustados.

(muito possivelmente não acabado)

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Confissão

Mais um dia passou e nem ainda acabou. E nem o senti, passei por ele devagar, perdido em assuntos que não me interessavam fazendo de conta estar ocupado. Faz tempo que não sei o que é estar ocupado. A minha mente não me deixa.
Cada vez que descubro algo para me ocupar, logo penso... E perco interesse.

É-me cada vez mais dificil, acordar, vestir, o simples facto de abrir os olhos põe-se como um oceano que diariamente sou obrigado a nadar.
E logo eu que odeio nadar!
Não me devia queixar... Eu sei!
Sou melhor tratado que a maioria, tenho liberdade, já vi o que muitos desconhecem, fiz o que outros tantos não julgam possivel e nem por isso me sinto melhor.

Cada vez mais sinto que nada faz sentido. Não percebo o que me afasta de tudo. Ou porque tudo se afasta de mim... Não percebo.

E eu que supostamente seria inteligente, sinto-me estupido. Um completo ignorante ultrapassado por todo um mundo de sábios, ignorantes, mal-falantes, egoístas, ladrões, paspalhos, aldrabões, taxistas, trolhas, mecânicos, professores, desempregados... um todo o Mundo que me deixa aqui.
Sozinho em mim.

E como criança mimada ferida no orgulho, tento sempre mostrar-me superior! Arranjo o brinquedo que todos querem para ser alvo de inveja. Mas em vez de felicidade apenas sinto uma miséria tremenda. Aquele vazio que tento encher mas que de dia para dia se alarga até ao meu limite fisico.
Poderá o vazio ultrapassar-me?

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Help

I'm alone
Far away
Gone astray
Long gone.

Take this tear
From my eye.
Stop my cry!
Kill this year!

For no matter
How far
I still feel the scar
On my broken heart.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Vou...

Vou...
Sozinho
Com a alma desta gente
Cujo passado caminho
Ainda se sente quente.

Vou...
Leve como uma pena
Sem angústias, remorsos
A dor que maça os ossos.
Levo a minha alma serena.

Vou...
Partir à aventura
Procurar a minha cura,
Ceder à Loucura
Buscar a tua ternura.

Vou...
Depressa como o vento
Sem freio.
E nem o receio,
Me tira o alento.

Vou...
E não sei quando volto
Já é tempo, dias serão meses
E as horas, tresmalhadas rezes
Existem para me sentir solto.

Vou...
E sentirei saudade.
Do teu perfume,
Do teu olhar como lume
Que me faz suplicar piedade.

Vou...
Por momentos serei
O que não sou.
Mas afinal não vou.
Já fui!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Insónia

Esta insónia...
Não me deixa.
Já lutei, pensei
e até saltei!!!
Mas o sono não veio.
Não sei porquê.

O dia vai longo
O banho tomado
E ainda assim respondo.
Respondo às questões
Aos pedidos de mim,
Do corpo, da Alma.

Que me perguntam?
Se acaba, se virá o fim
Deste tormento
Do momento
Que de momento passou
Até cair no esquecimento.

Não sei!
Atendo às suas súplicas
Que mais não são
Que as minhas.
Escondidas, perdidas
Nesta capa da qual sou coração.

Pedidos prementes
De liberdade, decisão
Amor, Aventura
Alegria, Loucura
Luxúria, Paixão.

São eles que incomodam
Ou talvez a concordância
Que eles têm razão
E que mais não sou
Que um embuste sem razão.

Serão as súplicas,
Questões, pedidos?
Não! É o saberque quero
E não ter!
Ter lutado por sonhos
E agora derrotado
Ver bons momentos perdidos.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Assim...

Há dias assim...
Iguais a outros.
Perdidos
Entre pensamentos
E sonhos idos.

Dias como este
Que passou.
Em que pouco senti,
E do que senti
Nada ficou.

Sinto-me assim.
Preso à possibilidade não concretizada.
Navegando a vaga esperança
Num bote remendado
Com sonho e vontade.

E tanto que o barco balança
Perdido entre vagas
De incerteza e descrença.
Já não tenho esperança.
Estou farto de tanta dança.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

FÉRIAS

Esta forma de acordar...
Não me lembrava de a sentir.
A leveza do relógio parado,
No olhar alheado
Que teima em soltar.
Apenas me faz rir.

Finalmente o dia tem alegria!
Uma escala de cores
Mergulha a monocromatica rotina
Num mar de dores.
Não ligo! Sinto-me inebriado!
Toda esta efusão embebeda-me a retina.

Um súbito contentamento
Que vem lá do fundo,
Puro, sem razão para sustento.
Enche-me de liberdade.
Livra-me do vazio de preocupações
Do cheiro a bafio das frustrações.
Olha, até se me esquece a idade.

Agora sou navegador
Tenho um Mundo de mares
Repleto de olhares
Que de inveja fazem dor.

Amanhã serei aviador,
O céu será meu.
Voarei com asas de condor
E nas garras de águia
Trarei o sorriso que é só teu.

Tanto poderei ser
Historiador, Guerreiro,
Inspirado poeta,
Louco profeta,
Explorador, um mero Engenheiro
Mas finalmente não estou preso
Aquele lugar de função
Que me deixar ter para não ser.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Ontem.

Acordei agora
Não dum sonho,
Como um sonho normal.
Não estou deitado,
Nem sequer a dormir!

Acordei sim de uma vida
Que passou
E mais não deixa
Que uma lágrima
A correr pela bochecha
De quem a recordou.

Não ouso precisar
O conteúdo da lágrima
Nem sequer a razão.
Será de alegria,
Por ter terminado?
Ou um sentimento resignado,
Que me deixa numa lástima?

Creio ser de alegria,
Deixar para trás o passado.
O bom, o mau,
Morto e enterrado.

Sim, é de alegria!
Da liberdade,
Da loucura
Daquele que ria,
Da ternura
Do velho na mocidade.

Não mais serei eu!
Preso a mim.
Preso ao amor,
Que chamei teu
E com dor
No fim morreu.

Ahh, soltem as aves!
Abram as nuvens.
Pintem o céu de cores miríades.

Não volto a esperar por ninguém!
Desta pergunto: "Vens?"
E parto sem esperar encontrar alguém.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

And you alone

When you're on your own
Hang on.
You are not alone!

Taste the free moon,
Shinnin' on you.
And you alone.

See the waves moving,
Dancing to please you.
And you alone.

Take comfort in birds,
How they sing to you.
And you alone.

Feel the breeze,
Bathing in you.
And you alone.

And never ever feel sad,
'cause although alone
You are not mad!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Untitled

Julguei-me forte
Mais forte que um deus
E sem pensar na sorte
Fui embora sem dizer Adeus.

Fui por vales e montes,
Naveguei rios e mares
Comi em imensos pomares,
Alarguei os horizontes.

Senti frio no intenso calor
Caminhei só acompanhado
Estive triste e enamorado
Vi alegria na dor!

Hoje não me julgo
Como outrora julguei.
Andei, corri, caí, errei.

Conheci o Mundo
E dele tirei tudo
O que agora sei.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Pobres almas

Vil sorte
Dos que tudo tem
Dinheiro, pedras, riqueza
E um espirito rico...
Em pobreza.

Olhar o desejo de tantos
Com escárnio e desdém
E não fazer uso
De tudo o que se tem.

Pobres almas, realmente!

domingo, 15 de julho de 2007

Domingo

Acordei cedo depois de ter dormido tarde
E todo o dia se foi...
Passado como um alarve.
Não fiz nada! E já fiz muito
Porque o corpo dói
E a cabeça está gasta
Como mó que já não mói.

Olhei para fora
E fiquei triste
O calor de ontem
Que me queimou como viste
Foi se embora
E não diz quando vem.

Mais uma vez caí
Inanimado de cansaço
E deixei-me levar
Por lugares belos,
Medievais, Modernos
Com festas, alegria
E belezas estivais.
Vi como rias,
Como as tuas gargalhadas
Eram melodiosos festivais.

Acordei com som de gente
Que razava, passava e passeava.
Despertei do sonho com esperança
Que o sonho continuasse,
Mas qual engano de criança,
O som fez com que o sonho parasse.

Não mais consegui dormir.
Ainda me dói a cabeça
Do sono mal terminado
E por mais que peça
Vejo que o sonho está acabado.

domingo, 8 de julho de 2007

O vento

Sinto-o passar.
Em mim deixa-me a sensação
um arrepio de frescura
que me deixa à procura
De tudo e sua razão.

Sinto-o passar.
Conta-me histórias
Portos distantes
Batalhas e vitórias
Paixões delirantes.

Sinto-o passar.
Com o aroma de liberdade
De desertos percorridos
E mares deleitados
Desde sempre à eternidade.

Sinto-o passar
Traz-me o futuro
De boas aventuranças
Riquezas, ventres de danças
E a beleza que procuro.

Sinto-o passar
E mais que tudo
Quero-o agarrar!
Içar velas e navegar
Fazer dele o meu escudo!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Injustiça

Tristeza
Porque me tocas?
Com a tua mão leve
Que prende
E me deixa sem força!
Porque me escolheste?
Terei feito algum mal?
Que fiz?
Diz-me!!!
Se sou culpado
Dá-me a razão
De tamanha sentença!

sábado, 30 de junho de 2007

Aniversário

Aborrecem-me os aniversários
Ainda ontem tinha poucos anos
E hoje juntei à conta os que
desde então passaram.

É um marco, passou um ano
Dum ano, doutro ano, daquele ano,
Desde o outro ano, até ao ano
Em que me fiz humano.

E sinto-me o mesmo que fui ontem
Terei mudado desde há pouco
Estarei a ficar louco?
Sou o mesmo de ontem e anteontem!

Mas então para quê celebrar?
Se a minha carne apodrece
E o meu rosto envelhece.
E todo eu me sinto mirrar.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Conversa de jardim

Sentei-me num banco de jardim
À minha frente uma bela vista
A meu lado sentou-se um velho
Barba grande, maltrapilho,
Um boné de andarilho,
Olhar desperto e abatido.
Na mão trazia um livro, velho,
Páginas amarelas, capa preta
E um elástico encardido.

A principio senti-me incomodado
O banco era meu, e a vista só minha
Mas aos poucos senti simpatia
Havia algo nele que conhecia
Seria o aspecto descuidado?
Ou o ar melancólico que tinha?

Perguntei-lhe de onde era,
E da minha cidade disse
Ser, o sitio onde nascera.
Que fazia ou tinha feito?
[perguntei]
Aí sorriu e como se sentisse
A beleza dum momento perfeito
A sua vida me contou.

Tinha visto sete mares
Nadado em seis deles.
Fez dos continentes lares
Vestiu do lobo e cordeiro as peles.

Viajou por países que sabia de nome,
Sabia as capitais, viu obras de renome
E os olhos brilhavam, como brilhavam
Ao falar dos sitios que para trás ficaram.

Era sabido das artes de Engenharia
Computadores e Electrotecnia
Não que não soubesse,
Apenas não mostrava interesse.
Como me disse: "Há sortudos,
Os que fazem o que gostam.
Outros vivem presos, mudos
Para ter o que gostam!"

Perguntei então donde vinha a tristeza
Porque não sorria quando via a beleza
que diante de nós se espreguiçava?
Olhou para baixo, suspirou e disse:
"Nunca tive o que mais queria.
Os feitos, memórias, tudo o mais dava
Para ter nem que fosse por um dia."

E por fim avisou:
"Está na minha hora.
Não te esqueças,
O que vês teu, já eu chamei meu.
Saberás um dia que tu sou eu."
Agora vou embora!

P.S.: Esta é a versão soft.
A verdadeira versão está guardada!

Caneta

Comprei uma caneta
Ponta de metal,
Corpo de plástico,
Risca a vermelho, preto
E o lápis a cinzento.
É só uma caneta,
Bem sei.
Escreve o que quero,
Mostra o que não sei.
Só não sei se escreverei
O fim do desespero.

domingo, 17 de junho de 2007

Machina

Quero que encerrem meu coração
Metam-no numa caixa,
Pequena, fria, baixa.
Deixem-no longe, lá longe
Onde não me tolde a razão.

Coloquem eu seu lugar uma bomba.
De carretos em aço inoxidável,
Uma polegada e caudal formidável.
Maquina limpa, certa e de forma redonda.
Sem desilusões, medos, tremores,
Sem beleza, esperança e tristes Amores.

Façam de mim máquina.
Um autómato funcional
Uma proeza da Era digital
Algo que age de forma automática.
Sem desilusões, medos, tremores,
Sem beleza, esperança e tristes Amores.

Quero viver sem dores,
Sem desilusões, medos, tremores,
Sem beleza, esperança e tristes Amores.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

******

Vieste com a alegria da Primavera
Vestida com o calor do Verão
Debroada a ouro e folhas de hera
Foste a minha mais bela ilusão.

"Milagre. Só pode ser!", Pensei.
Uma força para me levantar
Vou sentir o que não sei
Tenho alguém para amar.

E amei, todo o meu ser foi teu.
Por ti, fiz-me alegre poeta.
Fizeste de mim Romeu,
Mas nunca foste Julieta.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Está a chover...

Está a chover!
Que chato.
O engraçado,
É que só chove
Quando olho para baixo.
Quando olho para cima,
A água apenas escorre.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Dança de estações

Chega o Verão
Acabou a Primavera
Começa o calor ao serão
O tempo fresco já era.

E depois vem o Outono
De tons castanhos e amarelos
Árvores despidas por ventos singelos
Dias dolentes cheios de sono.

E o Inverno virá
Como tantas vezes veio
Com o frio que tudo gelará
Faz o Sol brilhar com receio.

E sem se notar. É Primavera.
Borboletas no ar.
Amores a despontar.
E o frio? O frio, esse, já era!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Chatice

Escrevo sempre as mesmas palavras
As palavras são as mesmas sempre que escrevo.
Vira o disco e toca o mesmo.
A mesma música, as mesmas letras.

Que ignorância a minha
De saber o alfabeto
E não dominar o dialecto.
Que ignorância, não saber que a tinha.

Gostava de ter mil palavras
Mil palavras para mim
De uma pincelada de letras
Escrevia o mundo assim:

Mil litros, com mil litros mais
Formam a água, mares e Oceanos,
Inspira pintores, poetas e humanos.
Dá cor à vida de amantes e outros que tais.

De sedimentos, pequenos, grandes, imortais,
Nasceu a Terra, deserta, palete de cores.
De pintores, arquitectos, escultores
Fazem dela palco, luzes, amores irreais.

De desejo e coincidência,
Se fazem amores.
Uns libertos de dores.
Outros sem correspondência.

Mas todos belos,
Únicos sem excepção.
Todos belos,
Vazios de razão.

Mas pelas minhas palavras,
Pintadas duma palete que não tenho,
Não haveria tristezas nem lágrimas.
Não teria esta chatice que tenho!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Peço-te...

Pára!
Por favor, pára!
Pára o tempo!
Mata-me o tormento.

Deixa-me ficar,
Neste estado.
Feliz, sem pensar,
Ao teu tronco abraçado.

Deixa-me esquecer.
Pôr atrás das costas
As horas mortas
Sem um amor pra viver.

domingo, 3 de junho de 2007

Caderno

Peguei num caderno,
Construi uma prisão
Celas de papel,
Grades de tinta,
E sentimentos do coração.

Lá os pus todas as minhas dores
Fiz da capa, altos muros
E da contra-capa,
guardador de murmurios.


(talvez inacabado)

sábado, 2 de junho de 2007

Queria Escrever

Queria escrever
Não para mim,
Para alguém.
Não para qualquer
Alguém.
Para uma,
Uma pessoa bastava.

Queria que lesse
O que sinto,
Sentisse o que viu.
E no fim do abraço,
Ver como minha cara
Sorriu.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Corno??

Viva a dor de corno!!!
Que para além de ser dor,
Também serve de adorno.

domingo, 27 de maio de 2007

Talvez um dia

Talvez um dia...
Quem sabe um dia
A luz não será fria
A solidão terá companhia.

Nem tudo eu queria
Um ombro? Uma face que sorria.
Tão pouco eu pedia
E nunca soube se havia.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Como gostava...

Queria falar
Dizer o que sinto
A verdade contar
Do sentimento que minto.

Ter coragem de dizer
Como gostava de ter,
O sol que brilha dela,
A beleza que vejo nela.

Gostava,
Como gostava.
Encher de ar o peito
Soltar palavras ao vento.

Mil beijos daria
No teu corpo singelo
Quando um bastaria
Para expressar este amor belo.

Todo eu seria paixão
Seríamos loucura,
Prazer, abraços de ternura,
Sem lugar para razão.

Gostava
Como gostava,
De um dia te ter.
Olhar para ti sem sofrer.

(Incompleto)

terça-feira, 15 de maio de 2007

Lágrima que cais.

Lágrima que cais.
Porque foges?
Onde vais?

Que visão te emocionou
Te enche o olhar de saudade
Do tempo que passou
E não lembra a idade.

Foi a dor do Adeus?
Do que amavas
E te deixou enquanto sonhavas
Irreais amores teus.

Ou seria a alegria?
Dum belo dia
Do beijo dado,
Dum amor consumado.

Diz-me, lágrima que cais
Porque foges?
Onde vais?

Fujo de tudo.
Do humano sofrimento,
Da paixão vazia de igual sentimento
Da memória que cai no esquecimento.
Fujo do medo...
Não quero!
Não quero,
Ser tristeza derramada,
Nem o sinal da dor passada.
Quero ser alegria!
Mostrar o Sol do dia.
Espelhar o amor que arrepia!

domingo, 13 de maio de 2007

Quero ser...

Feliz desejo
De um sonho
E um beijo.

De montar o vento infinito
Por desertos e vales insipidos.
Ver tudo o que há
Sempre na ânsia do amanhã.

Ser tudo o que se quer
Por querer sem razão,
Sentido ou explicação.
Ser tudo o que quero ser.

E não me cantém ao ouvido
Tristes histórias de livres idos
A alegria do agrilhoado querido.

QUERO SER TUDO O QUE POSSO SER!!!



P.S.: Devia estar bêbado para escrever isto!!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

O tempo passa
Custa.
Passa-lo assim.

E a loucura barafusta
Que a tristeza
Nasceu em mim.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Quero...

Quero...

O quê?
Não sei bem
Nunca o tive
Ouvi falar, imagino.
Quente, doce
Felicidade?

Quero
Não sei quem
Mas quero
Sentir-te perto
Aquecer-me de sorrisos
Beijos e segredos

Não sei porquê
Quero!
É irracional, Instinto!
É a fome que mata.
A dor do abraço que não sinto.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Mentira

Tantas noites passei
Afastado, longe, não sei
A sonhar acordado e triste
Pelo dia em que me viste.

Sou louco, maluco, demente
Acredito no que sinto
É verdade, não minto.
Apenas a verdade me mente.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Inveja?

Bem hajam os poetas mortos
Deles ninguém pensa mal
Ou bem de seus sonhos tortos

Neles qualquer tristeza é boa
Pois da tristeza saiu arte
Que agrada a quem não importa
A quem doeu aquela parte.

E qualquer poeta é louco
Antes louco na morte
Que sofrer a sorte
De quem faz pouco.

Um poeta é mal-amado
Pelo que sente e não diz
Pelo que diz a quem não sente
E assim escreve, Torturado.

E não desejo tal talento
Quero tudo o que faz falta
Quero que minhas palavras
Caiam no esquecimento!

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Acordar...

Que doce acordar
Ao teu lado
Como num sonho
Ver teus olhos brilhar.

E tão suave é o gesto
Da tua mente despertar
Tão lindo o olhar
Da tua boca a bocejar.

E o beijo que amanhece
Entre dois lábios dormentes
Mostra o sorriso que acontece
Com palavras entre dentes.

domingo, 29 de abril de 2007

Abraço

Hoje acordei sem saber onde estava
Teria dormido, ou simplesmente fugido?
Não sei, qualquer dia é um pesadelo
E o sonho nunca vivido.

E de repente levantei-me,
Percebendo que estava
Onde a memória me deixou.
No sitio onde a minha mente sonhou.

Como esperava nada mudou
A cama é a mesma
A noite passou
E só a dor continuou.

A dor que sente o corpo lasso
Começa no corpo
E acaba na mente
A falta de um abraço.

Olhando para trás

Olho para trás e sinto dúvida
Terá valido a pena?
Saber o que sei
Recordar o que vi

Estive longe, para lá do oceano
Dancei com mulatas, bebi rum
Fumei charuto Habano,
E vi o mar azul como nenhum.

Caminhei por ruas geladas
Senti o frio nórdico passar por mim
Procurei em todos os lados, mas
Em mais lado algum me senti assim.

Vi catedrais de Reis centenários
Passei por seus sonhos feitos cidade
Deslumbrei-me e apaixonei-me...
Ai, como gosto de sitios sem idade.

Neles caminhei como em tempos medievais
Imaginando-me de espada na mão,
Lutando a cavalo inimigos irreais.
Ogres, Bárbaros e um Dragão.

Perdi-me nas areias do deserto
Nelas vi o Sol nascer
Senti seu calor bem de perto.
E a cor laranja do dia a morrer.

Tantos sitios estive,
Tanto lugares conheci.
E em nenhum deles encontrei
Aquilo que nunca tive.

Um abraço terno
A loucura da paixão
E junto a seu peito
Descansar meu coração.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Tormento

Porque sou assim?
Será a solidão de afecto?
O amor e um tecto.
Tecto tenho e dispenso.
De que serve abrigo,
Se não tenho ninguém comigo?

Porque sou assim?
Directo?
Directo, não. Tristemente.
Sou inestético, infelizmente.
Tudo o que sou diverge,
Do que é belo, sábio e aceite.
Faz de mim o louco herege.

Algo em mim é estranho
Sou o maior, melhor
Muito porreiro, altamente...
Continuo sozinho estranhamente.
E não peço paixão,
Luxuria, perdição.
Peço um pouco de amizade
Para matar a solidão.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Tempo

O tempo passa
Como passa ele.
Ainda hoje era ontem
E ontem já foi amanhã.

Como era criança de manhã
Brincava sem pensar com o amanhã
E hoje já é tarde
E logo será noite.

E com o escuro vem o medo
Do tempo que passou
E acabou cedo

Da luz que se tornou
Negro
Da vida que passou cedo.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

O fim

O fim está próximo
Sinto-o nas minhas veias
Recordações, belas ideias
É o que levo certo.

Tenho a dúvida atormentada
A latejar na minha cabeça
Encontrarei a paz desejada
Ou o castigo que mereça

Agora é tarde
Já nada importa
Tudo o que levo
Passa pela porta

Levo as memórias do que vi
E as histórias que ouvi
Gargalhadas e sorrisos
A companhia de amigos

Deixo tudo o resto aqui
Os amores que não vivi
A indiferença que senti
E tudo o mais que sofri

Pois já nada me faz ficar
Nesta terra ao luar
Já basta deste frio ardente
De estar só e não ser contente.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Ódio

Odeio tudo
mesmo o nada
Odeio ter tudo
E sentir que nada tenho
Odeio o que visto
E sentir que não existo
Odeio o que sinto
E não sentir igual sentimento
Odeio o que faço
E todas as rotas que traço
Odeio como rio
Como sofro de coração vazio
E Odeio escrever
para falar aquilo que queria dizer

terça-feira, 17 de abril de 2007

Silêncio

Doce silêncio
Que adoças
O tempo amargo
De solidão

Silêncio
Que triste acompanhas
As dúvidas incómodas
Sem razão

Silêncio, amigo Silêncio
Porque me acompanhas tu
Nos meus dias de solidão?

Faz como todos
Vai, foge, corre!
Deixa-me à minha loucura!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Escuta-me

Ouve tudo o que sinto
O grito da minha alma
A tristeza do meu ser

Não te assustes
Nem tudo é mau
Acredita que há bondade

Lá bem no fundo
Onde a luz não penetra
Existe algo escondido

Não pode ser maldade
Ou todo eu seria Inferno
Talvez a razão deste Inverno.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Quente

Sinto-me quente
Rodeado desta solidão ardente
Não hávida que me acompanhe
Ou olhar que me apanhe

E imagino a mentira
Do calor que teria
Em paixões de poesia

E o dia seria Sol
Banhado pela chuva
A noite seria dia
Em tua companhia

Sonho

Fosse a vida um sonho
Com a certeza dofim
No inicio do dia

Fosse assim inconsciente
Sem escolhas inteligentes
Ou dúvidas prementes

Seria assim doce
Na memória do passado
Ou riso do mal sonhado

terça-feira, 10 de abril de 2007

Acordei...

Acordei

Pleno de sono
Com vontade de te ver
Miséria a minha
Descobrir
Um lugar vago a meu lado

Descobrir
Que em meu sonho ficaste
E num rude acordar perdi
Tudo aquilo que vivi

A doce caricia do teu toque
As palavras do teu olhar
Tudo isto se foi
No meu triste acordar

sábado, 7 de abril de 2007

Poeta

Quem são os poetas?
Seres míticos e mágicos
Criam mundos
Libertam pessoas.

Lutam pelo imaginário
A sua realidade
Lutam com vontade
pela sua infelicidade

Também eu quis ser poeta
Juntar palavras
Pintar sentimentos
Mas não.

Não está em mim navegar
Mundos perdidos
Amores rendidos

Não está em mim imaginar
Vidas iludidas
Sentimentos sem amar

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Cai a noite em Habana

Sinto sede, porque não estourar com a garrafa que o hotel "oferece" pela módica fortuna que paguei?
Bota! Abro uma garrafa de um añejo especial de Rón Matusálem...
- Hmmm, estou na terra do rum, a beber rum importado! Mas o que interessa é mesmo alegrar um bocado mais o ambiente.
Deito meio copo e com a garrafa de cola comprada no dia anterior encho o resto. Viro-me de novo para a janela e enquanto sorvo uma farta golada não consigo deixar de pensar como aquela paisagem é linda!
Simplesmente perfeita. Ao olhar pela janela sinto-me um astronauta que vê a Terra do Espaço, creio ser algo parecido... em menor escala.
Nisto sinto um barulho à porta e quando me viro, eis que encontro a empregada.
- Hola Señor! Español? Gringo?
- No, soy Portugues. Lo conoces?
- Si, cerca de España, verdad?
- Si, mismo al lao. - digo eu tentando imitar o sotaque cubano.
E foi-se aproximando-se reparando a confusão que deixei no quarto enquanto se preparava para deixar as toalhas lavadas.
A dada altura os pensamentos correram à velocidade da luz e pensei ouvi-la a pedir-me a toalha que me escondia as "miudezas".
Dei comigo a pensar que ela muito sensualmente ma tirava enquanto se aproximava de mim. Hoje sei ter sido um pensamento, mas o seu cheiro a maresia... parecia-me tão real.
Estava já a imaginar o sabor daqueles lábios enquanto o seu calor me aquecia, ainda mais...
Os seus olhos verdes, deixavam-me extasiado. Duas esmeraldas cravadas numa pele macia como seda.
Apesar da altura ser a menos própria ou a mais estúpida, não pude deixar de a comparar a um estojo de pedras preciosas... aberto agora para mim.
Subitamente já só nos imaginava cobertos um pelo outro enquanto o Sol nos espiava sorrateiramente pela minha janela.
Imaginei-nos abraçados enquanto a noite ia caminhando a passos largos para o dia...
Mas não.
Quando despertei, já ela se encaminhava para a saída indo apenas a tempo de dizer um hasta luego.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Outra que me saiu...

Será a fuga o caminho?
Desaparecer da vista de todos.
Afinal, de que me serve ser visto
Se não sou sentido?

sexta-feira, 30 de março de 2007


Sinto-me fresco. O banho de chuva tropical fez-me bem. Libertou-me do que sentia, das cordas que me amarravam e da tristeza que sentia. O chuveiro serviu apenas para me aquecer... Aquecer, quem quero enganar? Estou em Habana, aqui não há frio! As pessoas são quentes, o sorriso terno e sincero e até a chuva é quente... Talvez o chuveiro tenha sido para me lembrar que a realidade existe ao contrário do sonho que vivo. Olho pela janela que dá para o Malecón... e que vista, o Sol veio-se despedir de toda a Habana. Raiando tons de rosa e azul bébé que iluminam o mar que agora parece perder a fúria da tarde...É indescritivel o que vejo, subitamente não sei o que é cor de rosa, nem azul, ambas se misturam mantendo a identidade e baralhando com astúcia os meus olhos cansados. O mar amainou... baixou os braços perante mais uma batalha perdida com o malecón Habanero que há décadas defende a cidade. Defende-a do avanço do mar, das invasões estrangeiras e acima de tudo da tristeza! No malecón não há tristeza. Há sonho, amor, paixão. Vivem os sonhadores com o horizonte longínquo que traz promessas de sorte e desilusões escondidas. Por todo ele fartam-se os amantes. Agarrados em beijos quentes como o tempo e suaves como o céu onde se perdem em promessas de paixão eterna... até que o dia nasça do outro extremo da ilha.

quinta-feira, 29 de março de 2007

esta saiu-me no meio duma insónia

O que é a solidão
Senão a tristeza de estar só
De ser diferente
Por não caber na maioria
Ou não encontrar a minoria

E toda a solidão seria boa
A independência de fazer
De pensar e agir
A liberdade de ser

Toda ela seria boa
Não fosse a tristeza de estar só.

domingo, 25 de março de 2007

Quando eu morrer

Estou a ouvir esta música pelos Xutos...

E lembrei-me dum fado com a mesma estrofe "Quando eu morrer..." (para quem não sabe o fado chama-se Rosas Brancas)

E pus-me com mais uma idia (que é como quem diz uma ideia idiota).
E quando eu morrer?
Como será?
Terei quem me leve rosas brancas?
Far-me-ão a vontade?
Que vontade?

- Não ter funeral!
- Não ter velório! (apesar de me agradar a ideia de beberem uma "velvet glove" em minha memória)
- Ser cremado
- Ver as minhas cinzas espalhadas num sitio onde possam ser úteis.
Nada de sujar o mar, nem experimentar uma cena à "big Lebowski"
- Mas acima de tudo não quero choros! Não! Isso não, detesto que chorem. Passei toda a minha vida a evitar e secar lágrimas de outrém para as provocar!

sábado, 24 de março de 2007

Será a vida um túnel?

O que é a vida?
Há dias passeava, e dei por mim a pensar, talvez desejar...
Será a vida um túnel?
Apreciei a ironia do sitio por onde passava.
A Ribeira e o seu túnel homónimo.
E imaginei a vida como aquele caminho.
De quem nasce no mar, e cresce pelas suas margens
A infância pelos bairros de Miragaia e Massarelos
Com a bola no pé e a hora do mergulho no Rio.
Subitamente a loucura da juventude
Espelhada nos bares da Ribeira e na folia de S. João passado
E nisto o escuro,
A tristeza toma conta.
Não se vê nada ao lado
Não podemos voltar atrás
Apenas uma luz que nos guia para a saída...
E nisto damos de cara com o idilio,
Um dia lindo e uma paisagem clássica,
Igual a tantas outras mas ao mesmo tempo única para quem a vê
Para trás ficou o escuro e as memórias
Resta agora esperar pelo inicio do rio,
E o fim do caminho.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Alguém assim?

Sei que sou assim. Amigo de todos... Terei algum amigo assim:

"Não tenho muito, mas o pouco que tenho é teu
Se mais ninguém te ouvir tu sabes quem te ouve sou eu
Quando tiveres triste, com falta de um amigo
Fecha os olhos não temas porque eu vou estar aqui contigo
Eu sei que pensas muitas vezes que queres fugir
Eu sei que gritas e não tens ninguém para te acudir.
Vida madrasta nada corre como a gente quer
Tens que enfrentar o destino para o que der e vier
Ao meu alcance faço tudo o que poder para ti
Peço desculpas pelos meus erros, sei que os cometi
Não vou julgar-te porque também eu posso ser réu
Não vou julgar-te porque quem te julga está no céu
Quero que saibas que podes contar com o meu amparo
Amizade pura é um sentimento cada vez mais raro
Conto contigo para fazeres o que faço por ti
E quando nada correr bem eu estou aqui"

Terei?

Dasssss

Nem sei como começar isto...
Que dia nojento! Mau mesmo!!!
Estou farto da estupidez de quem trabalha comigo. Estou farto de me "queimarem". De não quererem delegar algo para fazer, de funcionar em equipa. Não peço muito, se quer gerir tudo está à vontade, apenas não me deixe ali ao lado a olhar feito estupido sem saber o que se passa!
E quando, porque sua senhoria nunca atende o telemovel que é da empresa, me ligam para mim e eu tento adiantar ao máximo a resolução dum problema... Sou eu que sou um mau profissional! Sou eu que estou a passar à frente do grande gestor que não faz ideia do que está a ser feito nem tão pouco de quando deve ser feito. Mas quando ele usurpa das minhas funções, não há problema... ele é que é o chefe!

Estive perto, sinto que estive pertíssimo de o mandar àquele sitio. Mas não, não descerei a esse ponto. Sei que vou sair, sei que me vou rir pois quem vai ficar mal visto será ele, não eu!
Eu nunca maltratei ninguém, não faltei ao respeito a ninguém e acima de tudo não estou preso ali. E é com alguma tristeza que digo sentir gozo ao imaginar o que toda a gente dirá quando eu sair... Não será mal de mim que falarão. Mas de quem lá ficou...

E nas palavras dum grande amigo: "Mas porque é que os bons é que vão embora?"

domingo, 11 de março de 2007

Este post não é para deixar aqui mais um trôpego lamento sobre mim ou sobre a minha vida, mas sim para deixar aqui uma duvida...

Ora quem me conhece sabe do meu ateísmo. Mas hoje dei por mim a pensar e cheguei a esta pergunta:

"Se os homens se respeitassem e acreditassem em si para que precisaríamos de Deus?"

sábado, 3 de março de 2007

Inicio do blog

Cá está... um blog negro para não fazer doer os olhos.
Para dor, chega aquela que me rodeia!