sexta-feira, 30 de março de 2007


Sinto-me fresco. O banho de chuva tropical fez-me bem. Libertou-me do que sentia, das cordas que me amarravam e da tristeza que sentia. O chuveiro serviu apenas para me aquecer... Aquecer, quem quero enganar? Estou em Habana, aqui não há frio! As pessoas são quentes, o sorriso terno e sincero e até a chuva é quente... Talvez o chuveiro tenha sido para me lembrar que a realidade existe ao contrário do sonho que vivo. Olho pela janela que dá para o Malecón... e que vista, o Sol veio-se despedir de toda a Habana. Raiando tons de rosa e azul bébé que iluminam o mar que agora parece perder a fúria da tarde...É indescritivel o que vejo, subitamente não sei o que é cor de rosa, nem azul, ambas se misturam mantendo a identidade e baralhando com astúcia os meus olhos cansados. O mar amainou... baixou os braços perante mais uma batalha perdida com o malecón Habanero que há décadas defende a cidade. Defende-a do avanço do mar, das invasões estrangeiras e acima de tudo da tristeza! No malecón não há tristeza. Há sonho, amor, paixão. Vivem os sonhadores com o horizonte longínquo que traz promessas de sorte e desilusões escondidas. Por todo ele fartam-se os amantes. Agarrados em beijos quentes como o tempo e suaves como o céu onde se perdem em promessas de paixão eterna... até que o dia nasça do outro extremo da ilha.

quinta-feira, 29 de março de 2007

esta saiu-me no meio duma insónia

O que é a solidão
Senão a tristeza de estar só
De ser diferente
Por não caber na maioria
Ou não encontrar a minoria

E toda a solidão seria boa
A independência de fazer
De pensar e agir
A liberdade de ser

Toda ela seria boa
Não fosse a tristeza de estar só.

domingo, 25 de março de 2007

Quando eu morrer

Estou a ouvir esta música pelos Xutos...

E lembrei-me dum fado com a mesma estrofe "Quando eu morrer..." (para quem não sabe o fado chama-se Rosas Brancas)

E pus-me com mais uma idia (que é como quem diz uma ideia idiota).
E quando eu morrer?
Como será?
Terei quem me leve rosas brancas?
Far-me-ão a vontade?
Que vontade?

- Não ter funeral!
- Não ter velório! (apesar de me agradar a ideia de beberem uma "velvet glove" em minha memória)
- Ser cremado
- Ver as minhas cinzas espalhadas num sitio onde possam ser úteis.
Nada de sujar o mar, nem experimentar uma cena à "big Lebowski"
- Mas acima de tudo não quero choros! Não! Isso não, detesto que chorem. Passei toda a minha vida a evitar e secar lágrimas de outrém para as provocar!

sábado, 24 de março de 2007

Será a vida um túnel?

O que é a vida?
Há dias passeava, e dei por mim a pensar, talvez desejar...
Será a vida um túnel?
Apreciei a ironia do sitio por onde passava.
A Ribeira e o seu túnel homónimo.
E imaginei a vida como aquele caminho.
De quem nasce no mar, e cresce pelas suas margens
A infância pelos bairros de Miragaia e Massarelos
Com a bola no pé e a hora do mergulho no Rio.
Subitamente a loucura da juventude
Espelhada nos bares da Ribeira e na folia de S. João passado
E nisto o escuro,
A tristeza toma conta.
Não se vê nada ao lado
Não podemos voltar atrás
Apenas uma luz que nos guia para a saída...
E nisto damos de cara com o idilio,
Um dia lindo e uma paisagem clássica,
Igual a tantas outras mas ao mesmo tempo única para quem a vê
Para trás ficou o escuro e as memórias
Resta agora esperar pelo inicio do rio,
E o fim do caminho.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Alguém assim?

Sei que sou assim. Amigo de todos... Terei algum amigo assim:

"Não tenho muito, mas o pouco que tenho é teu
Se mais ninguém te ouvir tu sabes quem te ouve sou eu
Quando tiveres triste, com falta de um amigo
Fecha os olhos não temas porque eu vou estar aqui contigo
Eu sei que pensas muitas vezes que queres fugir
Eu sei que gritas e não tens ninguém para te acudir.
Vida madrasta nada corre como a gente quer
Tens que enfrentar o destino para o que der e vier
Ao meu alcance faço tudo o que poder para ti
Peço desculpas pelos meus erros, sei que os cometi
Não vou julgar-te porque também eu posso ser réu
Não vou julgar-te porque quem te julga está no céu
Quero que saibas que podes contar com o meu amparo
Amizade pura é um sentimento cada vez mais raro
Conto contigo para fazeres o que faço por ti
E quando nada correr bem eu estou aqui"

Terei?

Dasssss

Nem sei como começar isto...
Que dia nojento! Mau mesmo!!!
Estou farto da estupidez de quem trabalha comigo. Estou farto de me "queimarem". De não quererem delegar algo para fazer, de funcionar em equipa. Não peço muito, se quer gerir tudo está à vontade, apenas não me deixe ali ao lado a olhar feito estupido sem saber o que se passa!
E quando, porque sua senhoria nunca atende o telemovel que é da empresa, me ligam para mim e eu tento adiantar ao máximo a resolução dum problema... Sou eu que sou um mau profissional! Sou eu que estou a passar à frente do grande gestor que não faz ideia do que está a ser feito nem tão pouco de quando deve ser feito. Mas quando ele usurpa das minhas funções, não há problema... ele é que é o chefe!

Estive perto, sinto que estive pertíssimo de o mandar àquele sitio. Mas não, não descerei a esse ponto. Sei que vou sair, sei que me vou rir pois quem vai ficar mal visto será ele, não eu!
Eu nunca maltratei ninguém, não faltei ao respeito a ninguém e acima de tudo não estou preso ali. E é com alguma tristeza que digo sentir gozo ao imaginar o que toda a gente dirá quando eu sair... Não será mal de mim que falarão. Mas de quem lá ficou...

E nas palavras dum grande amigo: "Mas porque é que os bons é que vão embora?"

domingo, 11 de março de 2007

Este post não é para deixar aqui mais um trôpego lamento sobre mim ou sobre a minha vida, mas sim para deixar aqui uma duvida...

Ora quem me conhece sabe do meu ateísmo. Mas hoje dei por mim a pensar e cheguei a esta pergunta:

"Se os homens se respeitassem e acreditassem em si para que precisaríamos de Deus?"

sábado, 3 de março de 2007

Inicio do blog

Cá está... um blog negro para não fazer doer os olhos.
Para dor, chega aquela que me rodeia!