sexta-feira, 30 de março de 2007


Sinto-me fresco. O banho de chuva tropical fez-me bem. Libertou-me do que sentia, das cordas que me amarravam e da tristeza que sentia. O chuveiro serviu apenas para me aquecer... Aquecer, quem quero enganar? Estou em Habana, aqui não há frio! As pessoas são quentes, o sorriso terno e sincero e até a chuva é quente... Talvez o chuveiro tenha sido para me lembrar que a realidade existe ao contrário do sonho que vivo. Olho pela janela que dá para o Malecón... e que vista, o Sol veio-se despedir de toda a Habana. Raiando tons de rosa e azul bébé que iluminam o mar que agora parece perder a fúria da tarde...É indescritivel o que vejo, subitamente não sei o que é cor de rosa, nem azul, ambas se misturam mantendo a identidade e baralhando com astúcia os meus olhos cansados. O mar amainou... baixou os braços perante mais uma batalha perdida com o malecón Habanero que há décadas defende a cidade. Defende-a do avanço do mar, das invasões estrangeiras e acima de tudo da tristeza! No malecón não há tristeza. Há sonho, amor, paixão. Vivem os sonhadores com o horizonte longínquo que traz promessas de sorte e desilusões escondidas. Por todo ele fartam-se os amantes. Agarrados em beijos quentes como o tempo e suaves como o céu onde se perdem em promessas de paixão eterna... até que o dia nasça do outro extremo da ilha.

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