quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Vou...

Vou...
Sozinho
Com a alma desta gente
Cujo passado caminho
Ainda se sente quente.

Vou...
Leve como uma pena
Sem angústias, remorsos
A dor que maça os ossos.
Levo a minha alma serena.

Vou...
Partir à aventura
Procurar a minha cura,
Ceder à Loucura
Buscar a tua ternura.

Vou...
Depressa como o vento
Sem freio.
E nem o receio,
Me tira o alento.

Vou...
E não sei quando volto
Já é tempo, dias serão meses
E as horas, tresmalhadas rezes
Existem para me sentir solto.

Vou...
E sentirei saudade.
Do teu perfume,
Do teu olhar como lume
Que me faz suplicar piedade.

Vou...
Por momentos serei
O que não sou.
Mas afinal não vou.
Já fui!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Insónia

Esta insónia...
Não me deixa.
Já lutei, pensei
e até saltei!!!
Mas o sono não veio.
Não sei porquê.

O dia vai longo
O banho tomado
E ainda assim respondo.
Respondo às questões
Aos pedidos de mim,
Do corpo, da Alma.

Que me perguntam?
Se acaba, se virá o fim
Deste tormento
Do momento
Que de momento passou
Até cair no esquecimento.

Não sei!
Atendo às suas súplicas
Que mais não são
Que as minhas.
Escondidas, perdidas
Nesta capa da qual sou coração.

Pedidos prementes
De liberdade, decisão
Amor, Aventura
Alegria, Loucura
Luxúria, Paixão.

São eles que incomodam
Ou talvez a concordância
Que eles têm razão
E que mais não sou
Que um embuste sem razão.

Serão as súplicas,
Questões, pedidos?
Não! É o saberque quero
E não ter!
Ter lutado por sonhos
E agora derrotado
Ver bons momentos perdidos.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Assim...

Há dias assim...
Iguais a outros.
Perdidos
Entre pensamentos
E sonhos idos.

Dias como este
Que passou.
Em que pouco senti,
E do que senti
Nada ficou.

Sinto-me assim.
Preso à possibilidade não concretizada.
Navegando a vaga esperança
Num bote remendado
Com sonho e vontade.

E tanto que o barco balança
Perdido entre vagas
De incerteza e descrença.
Já não tenho esperança.
Estou farto de tanta dança.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

FÉRIAS

Esta forma de acordar...
Não me lembrava de a sentir.
A leveza do relógio parado,
No olhar alheado
Que teima em soltar.
Apenas me faz rir.

Finalmente o dia tem alegria!
Uma escala de cores
Mergulha a monocromatica rotina
Num mar de dores.
Não ligo! Sinto-me inebriado!
Toda esta efusão embebeda-me a retina.

Um súbito contentamento
Que vem lá do fundo,
Puro, sem razão para sustento.
Enche-me de liberdade.
Livra-me do vazio de preocupações
Do cheiro a bafio das frustrações.
Olha, até se me esquece a idade.

Agora sou navegador
Tenho um Mundo de mares
Repleto de olhares
Que de inveja fazem dor.

Amanhã serei aviador,
O céu será meu.
Voarei com asas de condor
E nas garras de águia
Trarei o sorriso que é só teu.

Tanto poderei ser
Historiador, Guerreiro,
Inspirado poeta,
Louco profeta,
Explorador, um mero Engenheiro
Mas finalmente não estou preso
Aquele lugar de função
Que me deixar ter para não ser.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Ontem.

Acordei agora
Não dum sonho,
Como um sonho normal.
Não estou deitado,
Nem sequer a dormir!

Acordei sim de uma vida
Que passou
E mais não deixa
Que uma lágrima
A correr pela bochecha
De quem a recordou.

Não ouso precisar
O conteúdo da lágrima
Nem sequer a razão.
Será de alegria,
Por ter terminado?
Ou um sentimento resignado,
Que me deixa numa lástima?

Creio ser de alegria,
Deixar para trás o passado.
O bom, o mau,
Morto e enterrado.

Sim, é de alegria!
Da liberdade,
Da loucura
Daquele que ria,
Da ternura
Do velho na mocidade.

Não mais serei eu!
Preso a mim.
Preso ao amor,
Que chamei teu
E com dor
No fim morreu.

Ahh, soltem as aves!
Abram as nuvens.
Pintem o céu de cores miríades.

Não volto a esperar por ninguém!
Desta pergunto: "Vens?"
E parto sem esperar encontrar alguém.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

And you alone

When you're on your own
Hang on.
You are not alone!

Taste the free moon,
Shinnin' on you.
And you alone.

See the waves moving,
Dancing to please you.
And you alone.

Take comfort in birds,
How they sing to you.
And you alone.

Feel the breeze,
Bathing in you.
And you alone.

And never ever feel sad,
'cause although alone
You are not mad!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Untitled

Julguei-me forte
Mais forte que um deus
E sem pensar na sorte
Fui embora sem dizer Adeus.

Fui por vales e montes,
Naveguei rios e mares
Comi em imensos pomares,
Alarguei os horizontes.

Senti frio no intenso calor
Caminhei só acompanhado
Estive triste e enamorado
Vi alegria na dor!

Hoje não me julgo
Como outrora julguei.
Andei, corri, caí, errei.

Conheci o Mundo
E dele tirei tudo
O que agora sei.